Medida adotada pela mineradora gera protestos

Cerca de 75 pessoas vizinhas às barragens administradas pela Vale do Rio Doce nas cidades de Nova Lima e Ouro Preto serão conduzidas para moradias provisórias. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros do Estado nesta quarta-feira (20).

De acordo com a Vale, as estruturas estão inativas. No entanto, o comunicado tem gerado dúvidas e muita revolta nos moradores da região central de Minas Gerais. As barragens de Vargem Grande, Forquilha I, Forquilha II, Forquilha III passarão por avaliação e inspeção. A decisão da empresa em evacuar a região é preventiva mas aponta para um risco iminente de rompimento. A Defesa civil recebeu um alerta por parte da mineradora durante a manhã de hoje e informou, por meio de nota, que dará total apoio para as famílias que serão realocadas.

Até o momento, o rompimento da Mina Feijão, em Brumadinho, matou 169 pessoas, deixando outras 141 desaparecidas. Desde então, um pânico generalizado tem tomado conta de Minas Gerais. Moradores da região de Macacos (Nova Lima) foram surpreendidos, no último dia 16, com um aviso de emergência: era noite e chovia muito no momento do alerta para evacuação. A comunidade fica no entorno da Mina Mar Azul. Para se ter uma ideia, auditores atestaram a mesma classificação de risco da Mina Feijão.

As famílias do distrito de Macacos se manifestaram na manhã de hoje (20), em frente a entrada principal da mineradora. Fizeram uma especie de bloqueio, impedindo a entrada dos funcionários da empresa. A comunidade exige informações sobre a real situação do vilarejo.

Rodeada de cachoeiras, a região é um polo turístico em Minas Gerais. Gera empregos e sobrevive, principalmente, do comércio. O carnaval é uma época importante para Macacos: pousadas ficam lotadas e restaurantes cheios. Após a divulgação do risco de rompimento da barragem, todas as reservas foram canceladas. O medo só aumenta e a esperança dos moradores de voltar para casa e restabelecer o trabalho diminui a cada dia.